quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Sim! Vamos denotar animação!

Ontem eu estava lendo as dicas de vários escritores sobre como escrever ficção. Saiu no Guardian, depois eu procuro o link. Algumas dicas eram ótimas (tipo "case com alguém que acha que você ser escritor é uma ótima idéia"), e outras eram pedantes e voltadas não para quem quer ser escritor, mas para quem quer fazer parte do mercado de pessoas que tem livros publicados, which is quite different, I'll have you know.
Mas, pra mim, as melhores eram as que falavam sobre pontos de exclamação. Coisas como "se você sentir vontade de usar uma exclamação, don't", "Usar excesso de exclamações denota o quão imatura sua escrita é", e assim por diante.

Isso imediatamente me lembrou de uma regra que aprendi quando trabalhava em suporte por email, que dizia "quais são as chances do assunto ser tão empolgante que você vá precisar de uma exclamação para resolver um problema do cliente?".

E, em seguida, eu lembrei de um episódio do Seinfeld em que a Elaine, revisando um manuscrito, acho que na Pendleton Publishing, Adiciona um shitload de exclamações, porque ela achava que estava faltando empolgação no texto.

Ponto de exclamação tem esse nome porque ele é enérgico. Ele anima. Ele empolga. Ou seja: ele é enérgico! Ele anima! Ele empolga! Ele canta, dança, faz café e te canta música de ninar (desde que seja um axé). Ele é muito útil. Mas se for exagerado, ele tira o encanto e, como qualquer pontuação, classe gramatical ou droga em excesso, ferra com a sua vida.

Eu, enquanto lavava as mãos mais cedo, pensei então em uma regra para mim mesma: fazer todos os textos sem nenhuma exclamação. Mesmo nos lugares onde ela se encaixaria e até mesmo seria essencial. Daí, depois, numa segunda leitura, eu decido onde colocá-los.
Isso porque eu sou maníaca com exclamações. E com interrogações. E com frases curtas e averbiadas (is that a word?).

Daí, a exclamação fica sendo o sal da comida. Se você não coloca, fica sem gosto. Se você exagera, só sente gosto de sal. Mas se você acerta... delícia de comida, minha mãe não faria igual.

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