quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Caro amigo... você ganhou um desconto de 5 reais!

Eu hoje voltei pra casa, depois de um dia extenuante de trabalho e risadas, e o porteiro me disse que tinha correspondência. Esperei ele pegar e era um bolo até grande de coisas. Isso pra mim é raro, porque eu evito ao máximo receber contas pelo correio, e qualquer outra coisa que desperdice papel.

No bolo de cartas, a coisa mais interessante era um folheto de uma pizzaria com um cupom de R$ 5 de desconto em qualquer pedido. De uma pilha de cerca de 10 cartas.

Eu nem lembro quando foi que o correio parou de ser importante. Houve um tempo em que eu recebia cartas de verdade (claro, eu não tinha uma conta de e-mail naquela época, e nem meus amigos). Ou eu recebia o extrato do meu cartão e, sem aquele boleto, eu não podia pagar minha conta e ficaria com um rombo financeiro do tamanho do Maracanã.

Eu inclusive falei disso essa semana com meus amigos do IRC, que eu reencontrei após uns 12 anos. A gente se enviava presentes, por nenhuma razão: fitas de vídeo com algum filme que o outro não tinha, trilhas sonoras... era um grupo de fãs de cinema, veja bem.

Mas depois de um tempo chegou o internet banking (e a bênção chamada débito automático), baixar filmes e música ficou trivial, e eu podia mandar e-mails longos e instantâneos para qualquer amigo com um endereço de e-mail. Então eu nunca mais esperei pelo correio. Mas nunca tinha me dado conta de quão irrelevante ele era pra mim, até agora, quando o cupom da pizza foi a melhor coisa que eu recebi.

E, curiosamente, eu mandei uma carta hoje de manhã. Uma carta pessoal, escrita de próprio punho, para um remetente pessoa física, nada relacionado a qualquer tipo de obrigação com o governo ou com alguma instituição financeiro. E não achei esquisito mandar uma carta, apesar de não fazer isso há décadas. E nem pensei que eu não recebo cartas desde há cerca de um milhão de anos.

Ok, minto. Eu recebi uma carta no ano passado. Era um projeto de faculdade de uma amiga, sobre arte postal. Mas eu acho que poderia classificar isso como uma correspondência artificial, porque ela não existiu só porque eu queria entrar em contato e informar minha amiga do que anda acontecendo, ou saber o que anda acontecendo com ela. Tinha um outro propósito. Nobre, mas outro. Então, para os propósitos dessa discussão, eu não recebo uma carta de verdade há milênios.

E nem cartões de natal, que eu ainda tinha costume de mandar e receber. Não mando nem online, que dirá um de verdade.

Acho que a melhor coisa que os Correios fazem por mim, hoje em dia, é trazer minhas encomendas. Isso quando não é o entregador do Submarino que faz isso.