quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

O meu ônibus favorito é...

Hoje peguei ônibus com uma amiga e descobri que não sou a única pessoa que tem o conceito de ônibus favorito.

O ônibus favorito é uma categoria momentânea e que é dada sempre àquele ônibus que aparece como alternativa a uma linha lotada e/ou que faz um trajeto infernalmente longo ou lento.

Meu ônibus favorito do momento é um que faz um percurso que leva metade do tempo do meu ex-ônibus. Ele fica cheio, mas nunca lotado, porque a linha é nova e nem todo mundo se deu conta da existência e do trajeto dele. Mas existem outros fatores que tornam uma linha de ônibus favorita para mim.

O letreiro, por exemplo. Eu adoro os ônibus mais novos, que tem letreiros em led branco. Eu não pego nenhum regularmente, pois as minhas linhas ainda têm leds laranjas. Mas quando preciso ir pro centro, eu espero pela linha que tem leds brancos, porque é tão bonito, e todos os ônibus fazem exatamente o mesmo trajeto, nesse caso.

Eu também adoro o código de alguns ônibus. Quando era criança, preferia sempre o 674C em vez do 5632. Isso porque a combinação do 674 com o C sempre me fazia pensar em coisas felizes e cores vivas, enquanto o 5632 (o Vila São José, o nome também não cooperava) me dava uma sensação de ser um ônibus triste.

Eu preferia o 6030 ao 6027, porque 60 dividido por 30 dá um número exato. Eu sempre gosto mais dos ônibus que tem letras relacionadas ao bairro para onde vão. Não gosto do Grajaú 637X, por exemplo. Não tem nenhuma razão pra usar a letra X.

Mas saindo da seara dos parâmetros extremamente aleatórios, uma outra coisa que realmente faz com que um ônibus se torne favorito, ou seja desfavoritado, é o ponto final.

Ok, trocentos ônibus fazem exatamente o mesmo caminho, ou passam pelos mesmos pontos que eu preciso. Mas há considerações a serem feitas: onde entram as pessoas que vão pegar esse ônibus? Onde eu desço, em relação a essas pessoas?

Se o lugar onde eu vou descer é posterior a um ponto em que o ônibus lota loucamente, eu tento pensar em algum outro, que esteja vindo de outro ponto e não apresente esse problema. Porque, se não, corro o risco de passar muito tempo de pé ou amassada contra a porta, torcendo pra não ser jogada pra fora a cada parada.

Às vezes, vale mais a pena pegar um ônibus que não me deixa tão perto, mas que não passa por um circuito de pontos de parada de escritórios e que não vai me obrigar a ficar parada na porta, com medo de perder a chance de descer no ponto certo.

Andar de ônibus não é fácil. Tanto em que se pensar.

Além disso, há a consideração do tipo do carro. Algumas linhas só têm ônibus simples, outras, só ônibus duplos ou triplos (em São Paulo, até pouco tempo, eles eram chamados de Fofão). Algumas linhas são lotadas mesmo tendo carros duplos e triplos e, em comparação com uma outra linha similar que usa carros simples, saem perdendo. Que adianta virem três ônibus idênticos da sua linha se os três já vierem lotados?

São coisas que se aprende com o tempo, fazendo testes extremamente científicos e pegando ônibus errados. Em todos esses anos nessa indústria vital, eu sempre acabo achando um ônibus mais legal que o ônibus anterior. E a verdade é que, apesar de não ser cômodo como ter um carro na garagem, andar de busão beats the hell out of "primeira marcha, segunda marcha/primeira marcha, segunda marcha".

5 comentários:

  1. Faltou comentar no lugar preferido dentro dos ônibus. Na minha prioridade, a leitura de livros considera a iluminação e posição que balança menos. Sentar na janela também conta, mas isso já é nostalgia de infância.

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  2. Eu sempre adorei o Vl. Mariana / Jordanópolis, na época da Belas Artes eu conhecia o motorista e o cobrador e eles sempre me esperavam antes de sair do ponto final :D

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  3. Ei, ei, me conta o segredo do ônibus novo. Acho que pode me ser útil também.

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  4. Sempre achei o 674C mais jovem e descolado do que o 5632. E sempre odiei o 637J, ele era tipo o irmão malvado do 5632, ou "O São José que não se pode pegar". (nota: o Grajaú hoje em dia é 675X, não 637X. Antigamente tinha o Grajaú q era 637G, tudo a ver com Grajaú huaheuheuah.

    Sempre preferi o 6027 ao 6030. Uma porque era mais vazio, outra pq eu gostava do nome "Jardim Satélite" e outra porque a linha era frequentada por meninas mais bonitas heheh

    Outra opção era entre o 6010 e o 672C. Sempre preferi o 6010 pq 'sessenta dez' é bem mais fácil de dizer do que 'meia sete dois cê"

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  5. Outro dia, juro, vi um ônibus com o letreiro "Realidade"... Deveria ter entrado nele, mas fiquei indeciso, e agora já era, nunca vou saber como é a Realidade e qual o caminho para lá...

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